quinta-feira, 14 de abril de 2016

Testemunho

Gosto imenso de ti. Ponto.
Gosto da pessoa, da personalidade, da inteligência, do saber ser e estar.
Obviamente, não me estou a aproveitar de ti. Alguém que «nos» conhecesse até poderia desatar à gargalhada: como é que ele pode aproveitar-se dela? Ou vice-versa? Eles não contactam fisicamente um com o outro. Não estão juntos da forma tradicional, nem está num horizonte próximo que o estejam. Que loucura é essa?
Mas é possível, sim, um aproveitar-se do outro. Como?, perguntarão as almas mais incrédulas. Mentindo. Iludindo. Fingindo algo que não é, que não sente, levando o outro a crer que «Amo-te!» significa realmente «Amo-te!», criar essa ilusão, e afinal não passar tudo de uma encenação grosseira e cruel. E isso nunca te perdoaria, essa mentira de de que todo o amor que me declaras fosse, afinal, uma farsa. Do mesmo jeito que tu terias todo o direito deste mundo e do próximo de me odiar eternamente se nada do que te tenho dito correspondesse à verdade - nada, a maior parte, tudo.
E não estou a falar de passado(s). Esse é teu: amaste, foste amada; tiveste tesão por outrem, outrem teve tesão por ti; fodeste, foste fodida... Em suma, amaste, foste feliz, viveste. É algo que te pertence. Ponto final.
A minha história contigo é posterior e é só essa que me interessa e diz respeito. Ponto (final) número três.
Até mesmo se tiveste 8, 18, 80 homens... não posso julgar ou apontar. Apenas me caberia decidir se aceitaria esse facto ou não e seguir a decisão sem olhar para trás. A História (com H grande) ensina-nos que o presente é o passado e o futuro, porque foi o passado que nos trouxe ao presente e é este - o que fazemos hoje - que vai levar ao nosso futuro. O tempo universal está, pois, interligado e triplamente condicionado, mas não de forma irreversível. O passado, por exemplo, também nos ensina o que fizemos de errado e devemos evitar. Portanto, mesmo que tivesse havido 80, o importante, no final, era se daqui para a frente iria haver mais 80 ou apenas um... em rigor, dois: um mais um.
Depois de todo este tempo, de «exigências de futuro» descabidas (de que me envergonho e hoje acho patéticas, não por elas mesmas, mas pela ocasião e circunstâncias), de demasiados desentendimentos, de muitos mais momentos de entendimento e companheirismo, só espero de ti uma coisa: sinceridade.
Vou pegar no exemplo da foto. Existe aquele provérbio ou o título do filme do James Bond («Nunca digas nunca»). Não existem verdades absolutas (passe a redundância) ou definitivas. Eu sei disso... Mas quero que me digas: não, isso não vai acontecer nunca, do que fazer «promessas» nebulosas e distantes no tempo, que vão alimentando. A desilusão e o desapontamento depois serão enormes.
Do mesmo jeito que me envolvi contigo sem o esperar e desejar, obviamente o verso pode suceder a qualquer instante. A única exigência que faço é que me digas no mesmo segundo, passe a hipérbole. Respeitar-te-ei sempre. A dor e o sofrimento, tal como o amor, não está em nós dá-los ou tirá-los.
Tudo isto porquê para quê?
Bom, eu gosto - sempre gostei - de escrever. Para além disso, para dizer que não te vejo, e nunca te vi até a este momento, como os oito veem alguém que tu conheces. Jamais.
Em maio de 2013, era sexo diferente, com uma mulher mais nova e estrangeira, porém, mesmo assim, havia já algo diferente - o nosso famoso encanto - das outras mulheres que tinha conhecido antes (as do lugar onde nos encontrámos e com quem «falei»).
Como dizem os latinos, «tempus fugit» e, hoje, se não sentisse AMOR por ti, já tinha partido há muito tempo. Sim, tentei duas vezes e voltei logo. Passou mais de um ano depois disso.
Passado todo esse tempo, não tenho nenhuma razão - nenhuma - para ficar contigo, exceto uma. Uma...

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